Estaria a mentir se dissesse que não gosto de servir, lavar ou limpar.
A experiência de Cozinha do Convívio Fraterno do 1103 não mo deixa fazer porque efectivamente, foi entre estes serviços que consegui ir descobrindo algumas coisas que tinha esquecidas, e aprendendo outras que me serão a pouco e pouco peças essenciais para seguir o caminho de Jesus para mim.
Desde que terminei o meu CF 1056 que queria ter feito cozinha, mas tenho a perfeita noção de que foi este, agora, que se encaixou na perfeição como peça integrante do que tento encontrar: Silêncio.
Digamos que me deixei invadir pela loucura dos barulhos e da multidão e desenganem-se as gentes que acharem que foi Lloret que me "invadiu"... infelizmente isto já vem de muito mais pra atrás... Comecei a perder ritmos bons, a perder empenho, dedicação, o descernimento, a capacidade de persistência... desisti de tentar mudar algumas coisas que via alterarem-se. Simplesmente, deixei-me acomodar e por "falta de tempo" assim continuava.
No entanto sabia que não andava bem. Precisava de ser empurrada. E a cozinha fez-me isso.
Foi exactamente no meio do trabalho árduo e na dedicação de ter de servir "os novos" que reencontrei as forças necessárias para voltar a querer crescer em Deus com maior intensidade (intensidade no sentido de continuar o caminho adaptado a mim). Foi envolvida em tachos e panelas, em alfaces e vassouras que encontrei peças perdidas, que apesar de ainda empoeiradas, serão colocadas no devido lugar a seu tempo.
Tive a graça de poder pensar como Maria nossa Mãe durante estes 3 dias intensos de trabalho e discrição.
O facto de tentar "fazer o papel" de Maria através do serviço, do não questionar e guardar em silêncio no coração muita coisa, fez-me entender que muito do que necessito agora é exactamente olhar para o meu coração deixá-lo falar em silêncio e permitir que Jesus me ajude e entendê-lo com calma. Reflectir em aspectos adormecidos, reacender uma chama que estava a meio gás e tentar ateá-la com aquele fogo que outrora já conseguiu erradiar.
Não é o factor tempo que me falta, é simplesmente o empenho, o tipo de vontades, as prioridades. Com o CF percebi que quando a vontade é muito, muito grande e o objectivo ainda maior, o cansaço é esquecido; podem obviamente existir quebras, contudo, sei que até essas são necessárias pra se regressar em força.
À medida que estou escrevendo, passam-me pela cabeça a equipa dos fofinhos, todos aqueles que servi, a canção que lhes dedicámos, os momentos de oração, os motivos de galhofa durante os afazeres, entre outras coisas... veio na altura certa como referi.
Soube-me bem ser útil ao mesmo tempo que me descobria.
Gostava de dizer também, para que não me entendam mal, que a minha prioridade foi servir, mas ao memso tempo sabia que me iria ajudar a caminhar novamente com um ritmo diferente daquele que trazia!
Gostei. Repetiria?! Concerteza. =)